Longe de tudo, longe de todos...

Pessoal, passou a tempestade.

A Anna nasceu e isso foi uma bênção, nada melhor poderia acontecer em nossa vidas.
Mas junto a isso, mudamos de casa e mudei de emprego. As duas coisas menos recomendadas nos manuais de recém-papais. E foi nossa primeira. Dor de cabeça extra pelo fato de ter que renovar vistos de trabalho no exterior, etc... e por isso, há um tempo não conseguia sentar e escrever algumas palavrinhas. Mais pra frente contamos os detalhes deste tempo que não postei nada, vamos falar do presente.
Agora a mamãe Dé e a Anna estão no Brasil, ao lado da família de Pira, e em duas semanas eu chego, e nossa baby vai conhecer a outra parte da parentaia, e também será batizada. Muita festa e muita saudade a ser extinta!
Mas estou há quase um mês sem poder carregar minha filha no colo, sem minha esposa por perto... tomamos a decisão juntos, pois eu viajaria bastante em Novembro e só passaria os fins de semana em Cingapura. Parecia a decisão certa. Parecia...
A Saudade bateu muito forte uma semana depois que elas chegaram na terra canarinho. Foi triste. A nossa casinha nova em Cinga perdeu a alegria, os choros da Anna, a Galinha Pintadinha 24 horas no ar. Abro o quarto da Anna, e uma triste cena... pelúcias me encarando com olhar de tristeza, me julgando culpado pela ausência da Anna. Nada fora do lugar, nenhuma fralda no lixo. Não tem nenê no berço. Eu não sabia que doía tanto um quarto de criança vazio. Quanta Saudade.
Mas, daqui duas semanas, chego no Brasil. Como está escrito no livro do pequeno príncipe (li ele esses dias, como sugestão da Malu, minha afilhada!): "...disse a raposa.Se tu vens,por exemplo,às quatro da tarde,desde às três eu começarei a ser feliz.Quanto mais a hora for chegando,mais eu me sentirei feliz.Às quatro horas então,estarei inquieta e agitada:descobrirei o preço da felicidade!"
Minha inquietação já começou, junto com ela ansiedade e surtos de felicidade. Mas a saudade ainda continua aumentando muito!


Ah... com isso a gente descobre de novo, e confirma que nos amamos... e muito! "É preciso enfrentar algumas larvas se quiser conhecer as borboletas." Outra frase do Pequeno Príncipe!

Segunda SemANNA com ANNA!

Sem dúvida, ser papai fresco é muito melhor do que imaginei. Acho que me passaram tanto medo com relação às fraldas, banho, umbigo, arroto, choro, mamá, etc., que tinha me conformado com os extremos dessas situações até a chegada dela, e quando nossa pequena veio para casa, tudo que ela faz parece minimizado. E sim, estamos muitíssimos felizes com o comportamento dela. Consequência do terror tocado antes de sua chegada? Pode ser... mas com certeza grande parte da nossa segurança veio das ajudas da parentaia: Madrinha Márcia, do Padrinho Murilo e da Vó Odete, que colaboraram demais para nossa primeira semana sair bem, e também na semana seguinte, que passamos sem eles, mas com muito que aprendemos deles na prática. Por isso minha eterna gratidão por tê-los com a gente nesse momento especial!

É claro que é cedo pra falar se ela será calminha assim sempre, mais as duas primeiras semanas foram muito boas para nossa surpresa, tirando o tratamento de luz que ela passou em casa, por 48 horas na segunda semana, deitado numa caminha que parecia de bronzeamento artificial nas costas, com os bracinhos presos em uma espécie de cobertor-camisa-de-força. Tudo isso para diminuir sua icterícia, que geralmente é uma coisa simples de se resolver com  banho de sol. Vencemos essa mini-batalha, mas confesso que desmontei aos prantos ao vê-la recém-nascida tomando este banho de luz.

Tirando isso que nos deixou de coração na mão, ela tem nos dado muitas alegrias, vem mamando bem e fazendo muito cocô e xixi como manda o figurino. Aliás, ela gosta de fazer aos combos... quando o papai acha que vai trocar apenas um cocô, tira a fralda suja, coloca a nova e... começa o show pirotécnico! Ela começa fazer um xixi e soltar pum ao mesmo tempo, espirrando seu xixi pra todo lado, e dá-lhe fralda nova... mas não acabou, ainda tem mais cocô! Pode ser inexperiência nossa, mas numa dessas trocada de fraldas, só a quarta fralda que vingou!

Se ela será assim sempre, tudo ótimo! Se não for e começar a dar mais trabalho, tudo bem também. O que nos preocumamos demais é com sua saúde e bem estar, e é claro com a quantidade demasiada de amor e educação que ela receberá diariamente, até daqui algumas décadas!

Anna, assim nasce um pai.

Dia 18 de Julho, 20:43. A Anna enfim chegou para nossa alegria! Já era parte de nossas vidas durante a gestação toda, mas agora podemos escutar olhar seu rostinho, carregá-la no colo e escutar seu choro. Por mais que os papais e mamães tenham repetido inúmeras vezes que não há nada igual a este turbilhão de emoções, não imaginava nem de perto como seria.

Quando escutei seu choro pela primeira vez, na sala de parto, fiquei sem reação, e a ficha foi cair minutos depois, quando a acompanhei até a maternidade. Ela chorava sem parar, e sem saber o que fazer, resolvi falar com ela, mesmo sabendo que seria inútil.

"Anna, o papai tá aqui do lado... a mamãe está ainda terminando a cirurgia, mas vai ficar tudo bem com ela..."

Silêncio.

Podem me chamar de papai babão, falar que é coincidência, mentira ou qualquer outra coisa, mas na minha cabeça e no meu coração, senti nos seus primeiros minutos o que é ser pai. Seu choro se transformou em pequenos soluços até escutar apenas sua respiração ofegante... aí foi a minha vez de chorar. Continuei a conversar com ela, e acariciar suas costinhas, meio sem saber o que fazer, esperando ser encaminhado para a maternidade.

Nesses minutinhos, pensei na minha esposa ainda terminando a cirurgia, e a desejei demais do meu lado. Deu aquele frio na barriga, veio na cabeça o ''agora é pra valer", e comecei a pensar na minha família, agora aumentada. Débora, Anna e eu. Obrigado meu Deus, por nos conceder esta graça.

Sei que ainda vai demorar uns anos para ela ler este post, mas deixo uma mensagem pra Anna.

"Minha filhinha, o papai sabe o quando precisa de mim e da mamãe, mas também precisamos muito de você em nossas vidas, porque você e a mamãe agora me completam. Seja benvinda, viva intensamente, e ame sem medo. Te amo infinitamente, por toda minha vida."

Tem uma música do Toquinho que já está bem usada para estas ocasiões, mas não deixa de ser perfeita. Uma mensagem de um pai, fazendo papel de um caderno, daí o título da música, "O Caderno". Confesso que mal consigo tocá-la no violão, não pela dificuldade, mas por que caio em lágrimas no meio da música toda vez que tento tocá-la.

"Sou eu que vou seguir você

Do primeiro rabisco até o be-a-ba

Em todos os desenhos coloridos vou estar

A casa, a montanha, duas nuvens no céu

E um sol a sorrir no papel

Sou eu que vou ser seu colega,

Seus problemas ajudar a resolver

te acompanhar nas provas bimestrais você vai ver

Serei de você confidente fiel,

Se seu pranto molhar meu papel

Sou eu que vou ser seu amigo,

Vou lhe dar abrigo, se você quiser

Quando surgirem seus primeiros raios de mulher

A vida se abrirá num feroz carrossel

E você vai rasgar meu papel

O que está escrito em mim

Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer

A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer

Só peço a você um favor, se puder:

Não me esqueça num canto qualquer"

Quase Lá...

Falta alguns dias até podermos carregar no colo nossa primeira filha. Essa pequena já está nos dando muitas alegrias, ao responder com chutes e o tal "Alien" cada vez que ela fala com o papai, e também sempre que alguma música esteja tocando.


O ninho preparadíssimo (até demais na cabeça do papai) nos deixa um pouco mais tranquilos. A listinha do que pegar quando for a hora está no celular. Malas, câmeras, baterias carregadas, lembrancinhas, quadrinho da maternidade, entre outras coisas... tudo pronto.

Mas será que o papai aqui está pronto?

A Dé está demonstrando muita segurança e tranquilidade. Convidou a mamãe de uma recém-nascida para fazer um "test-drive" no quarto da Anna, ver se a disposição do quarto está prática. Foi tudo muito bem, limpou um cocô modestamente caprichado, carregou no colo, aprendeu como colocar a cadeirinha nos táxis, etc.

A Dé veio pro meu lado com a nenê, querendo que eu a carregasse no colo, e eu quase surtei. Todo mundo da família sabe que tenho medo de machucar a criança, que parece ser um serzinho tão frágil... Pensei: essa é a última vez que amarelei pra carregar um nenê! Depois disso é minha própria filha, que vai precisar muito do colo do papai.

E pra piorar, acho que esse medo foi aumentando com a proximidade de eu ter um filho. A prova é a foto abaixo, de 2004, onde estou com minha primeira afilhadinha no colo, a Malu, com dois dias de vida! Tá certo que não pareço muito confortável, mas dá pra encarar sim! Vamos lá!

Ultrassom 4D!

E o papai cantando e desafinando pra nossa filhinha ir acostumando...

E o Tempo Passa! Terceiro Trimestre, aí vamos nós!

É comum ouvir por aí que o segundo trimestre é a lua de mel da gravidez. Resolvemos dar um tapa nas dores, preocupações, ansiedade, medo e seguir à risca o finalzinho desse segundo trimestre com uma "lua de mel" propriamente dita.



Foi ótimo para nos renovarmos, curtirmos um ao outro enquanto há tempo e paparicar a Anna na barriga da mamãe, colocando músicas pra ver qual ela gosta. O gosto musical dela precisa ainda ser apurado, pois por enquanto ela gosta muito mais de Zeca Pagodinho que de Palavra Cantada, mas isso vai mudar em breve!

Enfim, descansamos bastante num hotel muito gostoso e lugar paradisíaco chamado Tioman, na Malásia. Agora estamos pronto para o último terço! Que venha o terceiro trimestre!

Does My Bump Look Big in This?

Agora a barriga da Dé está bem redondona, no caso dela, não tem mais como chutar que essa "redondeza" toda seria gordura ou barriga de cerveja! No meu caso sim... mas não é da minha barriga que estamos falando.
Estamos num amor só com a barriga que está protegendo, alimentando e aquecendo a nossa Anna, que está chutando todos os dias, cada "coicinho" mais fortinho que o outro.
A mamãe Débora pega minha mão fora de hora e coloca na barriga pra eu sentir a Anna, e quando isso acontece eu fico deslumbrado, imaginando como será nossa pequena. E nesse caso até invejo a mamãe por sentir dentro dela todo movimento que a Anna faz, sentir essa conexão com a filha, etc... mas a inveja pára por aí...
Ontem começamos um curso que ensina como cuidar dos bebês, a primeira aula foi 99% dedicada à mãe, pois tratou-se do tema trabalho de parto. Confesso que ao ouvir tudo aquilo, e ver um baby boneco passando pelas ossadas de uma bacia de várias maneiras, em mais posições que há no Kama Sutra, agradeci aos céus por ter nascido com um pingolim. Isso sem falar das dores... mas o que são 12 a 20 horas de contrações, se comparado com 9 meses de "bem-bom", carregando nossa pequena?
Aí é que mora o perigo... já sinto o olhar das leitoras grávidas e das mães fervendo, querendo pular no meu pescoço e me estrangular por ter escrito isso.

Essa comparação não existe, e nesse aspecto nem tudo são flores. As mães penam para carregar o futuro da humanidade durante nove meses, e ainda agüentar o marido, que muitas vezes não entende que a esposa está grávida 24 horas, 7 dias da semana... ela não tem descanso, nem intervalo, recreio, break, timout, finais de semana, feriado, etc... isso sem falar nos sintomas.

Por isso mamães, vocês têm todo direito de dar uns PTs de vez em quando, e nós maridões temos mais é que respeitá-las e tentar compreender o que às vezes é incompreensível (agora... alguns papais leitores pulando no meu pescoço).

Enfim, todos esses empecilhos são deixados de lado quando se vê uma mamãe linda assim, orgulhosa de mostrar o barrigão, explodindo de felicidade. Não tem preço!

Does my bump look big in this?

Pescando com os Gringos!

A Anna é Anna mesmo!

Sim, já "sabíamos" que era uma menininha desde quando tivemos o resultado do exame de sangue, feito no Brasil. Mas como somos todos "SãoTomézistas", temos que ver pra crer. E não é que a danadinha da Anna tratou de nos deixar na curiosidade por um bom tempo? Nossa queridinha, que está crescendo super bem na barriga da mamãe mais linda desse mundo, já mostra sinais de bom comportamento e etiqueta!

No primeiro ultrassom que seria possível enxergar alguma coisa, a princesinha do papai tratou de ficar com as pernas cruzadas durante todo tempo, e o Médico não viu nada! Olha que "finesse"!!! No segundo, como ela ainda não pode usar um vestidinho, ou sequer uma calcinha (tadinha), ela já mostrou que sabe improvisar para se comportar como uma daminha, apoderou-se do cordão umbilical para bloquear a visão do Médico! Orgulho do Papai!

Finalmente no exame morfológico, a Anna foi pega de surpresa, pois a Médica estava medindo o Fêmur dela, e acidentalmente conseguiu ver a pererequinha. Mas quando a Doutora foi mostrar para nós pais, novamente a Anna tratou de cruzar as pernas! Também acho que ela se sentiu mais a vontade pois era uma Mulher fazendo o exame dessa vez!

Que venha essa nossa filhinha cheia de saúde, assim como apontou o exame. Estamos ansiosos pra saber como será o rostinho da nossa pequenina, que por enquanto está sendo muito paparicada e acariciada pelo lado de fora.

Depois da tempestade vem a Calmaria!

A Dé ainda está grávida, óbvio, mas realmente os sintomas mudaram! Aqueles ataques de hormônios e crises de choro sem razão aparente praticamente sumiram! Antes parecia que afundava um Titanic por dia e as lágrimas corriam solto, agora está bem melhor! O sono continua, mas acho que já é mais da Dé do que da gravidez, eheheh (ai se ela ler isso!). Por estar no quarto mês de gestaçao, os riscos também diminuem bastante. Enfim, fim do primeiro trimestre!

A Anna está crescendo, esticando a barriga da mamãe aos poucos, mas ainda está tímida e não mostrou a perereca para o doutor confirmar que é Anna e não Annacleto.
Quanto ao maridão aqui, levantando 10 minutinhos mais cedo pra fazer uma vitamina de mamão (ou morango), banana e leite. Como chego antes do trabalho, preparo a jantinha meia boca e antes de dormir tenho que lambuzar a barriga (da Dé) de creme entre outras coisinhas! E ela parece muito feliz por tudo isso, curtindo demais a gravidez! Clique aqui para visitar o blog da Dé!

Mas uma coisa que mudou é em relação ao tal do "cair a ficha". Depois que apareceu a Barriga nitidamente, o carrinho de nenê chegou, uma mala cheia de roupinhas e peças do enxoval, o cesto "Moisés" que tá no quarto, Abraão, Isaac, Jacó, Caim, Abel e a Arca de Noé de pelúcia  que está a vista em todos os cômodos da casa, não tem como não entrar em casa e pensar que já existe uma criança nesse habitat.

E esse reforço visual e mental diário se reflete em vários sonhos... e pesadelos também, é claro!
Já sonhei que ela tinha uns 5 cm, cabia na mão e não conseguia mamar, sonhei com ela já com seis meses, loirinha de olhos azuis igual ao da mamãe, toda linda e empiriquitada, que era chinesinha (ooopa!), que tinha caído com ela no chão, com ela mais mocinha (tipo a Ana Júlia, sobrinha da Lu e do Mateus), que era gêmeas, etc... e também tive pesadelos fortes com coisas que nem ouso escrever.
De qualquer maneira, é ótimo acordar e dar um beijo na barriga da patroa antes de começar cada dia!