quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Curtas Histórias de Bêbado

(Caro leitor, espero que curta as histórias de bêbado, TODAS VERÍDICAS, mas algumas distorcidas para proteger a identidade dos bêbados)


- O Bêbado E Equilibrista- Caía a tarde em frente a república, e um bêbado velhinho e sujo, me lembrou Carlitos… realmente essa foi a lá Charles Chaplin… este indivíduo nada são, voltava em sua bicicleta, carregando em uma sacola de supermercado seis long necks, foras da caixinha, provavelmente de Skol. Paramos para observar o quanto ele cambaleava em sua bicicleta, até que ele se desequilibrou e caiu no chão, esfolando-se todo. O engraçado é que ele caiu, e ainda conseguiu tirar a sacola da direção da bicicleta, e cair com as costas no chão, mas com o braço que segurava a sacola erguido, garantindo a segurança de suas garrafinhas de cerveja! Sua mão estava levantada como se estivesse equilibrando um valioso troféu pelo salto ornamental que acabara de fazer. "Ah!! A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar"… mas infelizmente a cena não seguiu a música… depois de se levantar, colocou a sacola novamente na direção e saiu pedalando. Ora, sua alegria durou pouco… como se fosse um sinal sobrenatural para ele deixar a bebida, a sacola de supermercado estourou, e as seis long necks caíram no chão e espatifaram. Enquanto a cerveja escorria pela rua em meio aos cacos, uma lágrima caia e o bêbado equilibrista se sentia um caco.

- O Bêbado e a Bicicleta- Um bêbado vinha passando em frente a república com sua bicicleta de breque no pé, pra variar, cambaleando também. Por azar, a corrente da bicicleta saiu, e quando isso acontece numa bicicleta de breque no pé, não há mais breque!!! A sorte é que ele não estava rápido, mas estava tão Bêbado que não percebeu que a corrente havia saído, e continuou tentando pedalar, totalmente em vão, e qto mais pedalava em vão, mais perdia velocidade, até que a bicicleta parou por completo e ele tombou no chão!

- O Bêbado, e a Bicicleta?- Um bêbado sempre passava em nossa república com sua Barra Forte Azul, e pedia dinheiro pra comprar uma lata de leite ninho pro filho. Um dia um amigo nosso acompanhou ele com sua bicicleta, e ele foi num boteco e comprou um litro de pinga, depois foi pra uma praça, abriu a garrafa e começou tomar. Esse meu amigo voltou pra casa sem dizer nada, mas antes passou em uma venda para comprar uma lata de leite ninho. Da próxima vez que o bêbado apareceu em casa, estacionou sua bicicleta no quintal (sem a gente ver) e pediu a mesma lata de leite em pó, com a esperança de dar mais um migué. O meu amigo logo apareceu com a lata, e o bêbado ficou tão desnorteado e surpreso com a lata, que perdeu a fala, agradeceu todo sem jeito o “gesto comovente” do meu amigo, virou as costas e saiu andando, abraçadinho à lata… isso mesmo, ele deixou sua bicicleta em nossa república de tão sem jeito que estava, e a gente só foi encontrar a bicicleta no dia seguinte. O Bêbado nunca mais apareceu pra buscar a bicicleta! Ou ele esqueceu onde deixou, ou ficou com vergonha, ou mora muito longe, mas com certeza já deveria ter trocado a lata de “leite em pó” por “alcool em garrafa!”

- O Bêbado e o Homem-Invizível- Grupo de Pagode e Roda de Samba é igual pára-raio de bêbado! Não era sempre, mas em grande maioria das vezes, aparecia um bebum para apreciar nossa música, dar sugestões e até pedir pra tocar um instrumento. Uma vez que apareceu um bêbado e sentou do lado do meu irmão Mateus, mas tinha uma cadeira vazia entre eles. Meu irmão começou a fingir que conversava com a cadeira, e o bêbado foi ficando encanado e muito intrigado com meu irmão, olhava pra cadeira vazia e não entendia nada, coçava os olhos, olhava pra cadeira novamente… até que o Mateus fingia que o “ocupante invisível da cadeira” estava cutucando-o sem parar, e o Mateus falava pra cadeira vazia: "Pára, me deixa em paz, num tá vendo que eu to tocando?" Acontece que o Bêbado tomou as dores do meu irmão, enfezou com o “ocupante invisível da cadeira” e ainda gritou com a cadeira: "Chefia, dá um tempo, pô! Num tá vendo que vc tá incomodando o gente fina aí!"



(trocando um lero com Drummond, muito atencioso com o Bebum)


- Encontro de Bêbados- Em mais uma Roda de samba, dessa vez em Itajubá-MG, cidade repleta de estudantes, estavamos fazendo sucesso no Five Star (um boteco que tenho saudades), mas eis que este dia não apareceu um, mas quatro Bêbados que aparentemente não se conheciam, e todos se aproximaram da Roda de Samba. Um colou no ombro do Rafinha, que toca cavaquinho, e ficava pedindo: Toca NOooosssTalllGiiia! Toca Nostalgia! E cada vez que ele pedia a música, dava aquelas babadas quilométricas que escorrem e não desgruda da boca. Quando o Rafinha começou a puxar Trem das Onze (tocar a música, não puxar o trem!) esse bêbado começou a chorar muuuuito! Enquanto isso, o outro Bêbado fazia passos de ballet, e os outros dois estavam discutindo por alguma coisa que num lembro o que é… mas nunca vi tanto bebum surgindo do nada!! Pagode funciona melhor que dança da chuva, mas atrai bêbado no lugar de água!

- O Bêbado e a Prostituta- Um sóbrio sai pra uma festa social, todo garboso, de terno e com o passar da festa, deixa de ser sóbrio e passa a ser o personagem que tanto estamos falando aqui. Com alguns outros amigos no mesmo estado, eles decidem terminar a noite em um lugar de baixo meretrício, decide sair com uma das senhouras que trabalhavam nesse local, e durante o relacionamento, ele encanou que esta senhoura lhe queria roubar o relógio, pois ela havia segurado o braço dele, com a mão por cima do relógio. Pronto, a nóia já estava plantada na cabeça deste pobre bebum… Eis que este chega em sua república, APENAS DE CUECA, com o terno pendurado nos braços… ele batia na própria bunda e dizia: Aquela P*.. Roubou minha carteira! Sem Vergonha roubou minha carteira!!! E batia na nádega que a carteira supostamente deveria estar. Enquanto isso, seus colegas de República se matavam de rir ao ver a cena, enquanto a carteira, como se tivesse vida, estava escancarando um sorriso enorme e quieto, quase caindo do bolso de sua calça pendurada nos braços desta humilde alma!

- O Bêbado Tarzan- Eis que sai um sóbrio pra balada e volta um bêbado. No caminho de volta, ele se sente valentão, um herói, arranca sua cinta das calças e sai dando cintadas em placas de trânsito, incomodando a vizinhança toda por onde passava, a altas horas da noite. Uma das placas estava muito próxima a um portão de grade com lanças, e por ironia do destino, a fivela da cinta ricocheteou na placa e caiu EXATAMENTE na ponta da lança, enquanto o bêbado estava ainda no meio do salto que precisou para atingir a placa. Na queda, este ditto cujo não largou a cinta, e como o Tarzan, a cinta se tornou cipó por alguns milisegundos, e o tarzan se esborracha no portão de grades, acordando os moradores do local com o estrondo!

- O Bêbado e a Calada- Novamente um bêbado sai para a balada já bêbado, encontra uma menina por quem se interessou, e começa a trocar sinais bebúnsticos com a indivídua… um piscar de olhos, uma cambaleada seguida de um sorriso maroto, uma encoxada no ar, uma cambaleada mais forte, seguida desta vez por um sorriso amarelo, até que a coragem é criada na mente deste cidadão e ele decide chegar na menina. Ele puxou assunto com ela e ela nem disse nada, aí ele foi bem direto: Você quer me dar um beijo? Ela, surpresa com a pergunta, ficou sem palavras, olhando pra ele… e ele disse então: "Quem cala, consente"… e tascou um beijo nela. Depois ele descobriu que ela era muda. Voltou para a república xingando porque ela não quis dar um telefone, por razões óbvias, porém não perceptíveis no seu estado alcoólico.

- O Bêbado Padrinho- Um sóbrio se torna padrinho de casamento, e na festa, vira bêbado. Ao final da festa, ele dorme em cima da mesa, o noivo tenta acordá-lo com um vaso dágua derramado sobre a cabeça do Padrinho e nada de acordar… a noiva, se esforça para lembrar qual era a nova casa do velho amigo e o casal decide levar o bebado à sua casa, antes da noite de núpcias… mas sem sucesso. Após o fracasso de encontrar o lar do bêbado, o casal de noivos tenta acordá-los para pelo menos pegar o endereço. O bêbado falava, e depois de conseguir a rua, faltava o número: numeruummmm guinhénz zizesseizzzzzzzzzzz hummm… os noivos, para confirmar: 516??? Ele é….. hummmm guinhénz zizesseizzzzzzzzzzz hummm… a irmã da noiva, já com muito sono, perguntava: Gente, mas ninguém sabe onde ele mora? E o Bêbado: Ixxx, até eu zei onge moro!!! Só depois perceberam que ele falava 1516! E com isso foi-se a noite de núpcias.

"Eu bebo é pra ficar ruim mesmo, porque se fosse pra ficar bom eu tomava remédio" Zeca Pagodinho

Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom bode!!!! conheço alguns protagonistas dessas histórias, mas prometo que menterei o sigilo!!!
A propósito, você esqueceu a história do bêbado que quebrou o box do banheiro com um soco ao vislumbrar seu próprio reflexo, lembra?