Papai

Coloquei o título neste post e demorei meia hora pra escrever a primeira linha... fiquei olhando impressionado para esta palavra que agora, cabe a mim também.

Papai: A Palavra Papai é muuuito forte, especialmente neste caso, quando se trata da pessoa que vos escreve e relata. Minha filhinha Anna está no útero da Mamãe (outra palavra que soa como uma flecha, quando direcionada à minha esposa Dé!) Mas este post vai mais direcionado para os sintomas do Papai aqui, com a esperança de ser perdoado pelo egoísmo e excentrismo, por não escrever sobre a Mamãe ou sobre a Anna primeiro...

Primeiros Sintomas de um Pai Grávido

Felicidade: imensurável, indescritível, inigualável.

Mudanças físicas: Até o terceiro mês, estou engordando mais que a Dé. Até onde isso vai??? Também passei mal com os primeiros enjôos da Dé, e não sei se isso é normal!

Medo: Muito!!! de errar, esquecer, deixar de fazer o necessário, de fazer apenas o mínimo. Medo de ser comparado, julgado, calcular errado, gastar demasiadamente, de segurar os gastos e me arrepender. Medo de mimar demais, de dar pouca atenção, protegê-la demais, dar muita liberdade. Medo de assustá-la em exagero com a Cuca, ou de tirar dela todo "medo gostoso" de sentir. De enganá-la com o Papai Noel até muito tarde, de perder a paciência com a Xuxa na TV onde passava Band of Brothers e LOST. De não mostrar no tempo certo que Deus existe. De educá-la errado, ou demasiadamente a ponto de comprometer sua infância, de nunca quebrar seus sonhos de criança, não deixá-la crescer. Medo de exagerar na descrição do que é ser adulto, de forçá-la a pular algumas fases com choques de realidade. De ter muito Rosa no quarto dela, a ponto dela achar que o mundo é monocromático... medo de ter todas as cores em demasia! E... é claro... há maiores medos nem convém serem citados aqui.

Incertezas: são tantas que estou incerto do que escrever aqui... tem muita coisa por vir, a barriguinha da Dé está começando a aparecer. a Anna já nos mostrou seu coraçãozinho batendo acelerado, baixinho, quase calado, dizendo que está chegando a todo vapor por volta de Julho. Esta caminhada até o meio do ano não se passa por trilhas escuras, mas tão claras e iluminadas que podem ofuscar nossas vistas, e que cada passo em direção ao dia que escutarmos o primeiro choro da Anna me faz pensar onde pisar, como proceder, como não decepcioná-las (Dé e Anna).

Certeza: Sim, certeza no singular. A única certeza é que vou amá-la de uma maneira inédita e eterna, sem eira nem beira, de um jeito que ainda não existe em meu coração. E que estou louco para descobrir!

Obs: Ganhei este livro da Dani (Diário de Um Grávido, por Renato Kaufmann)e fiz questão de não ler sequer uma página antes de escrever este primeiro post, com medo de ser influenciado e escrever algumas coisas que não saíram de minha cachola, mas agora estou muito curioso pra saber o que aí está relatado!